Dragon Quest VII (3DS) – Análise

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Dragon Quest VII: Fragments of The Forgotten Past é um jogo de RPG para 3DS desenvolvido pela ArtePiazza e Square-Enix e é um remake do jogo lançado originalmente para Playstation no ano 2000.

É difícil ser fã de Dragon Quest no Ocidente. Depois de vários tranco e barrancos que você pode conferir no post anterior, finalmente recebemos o jogo por aqui. Mas e aí? Valeu a espera?

História

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Herói

Em Dragon Quest VII nosso herói (você é quem dá o nome) é um garoto comum e filho do maior pescador da pequena vila de Pilchard Bay, situada na ilha de Estard. Neste mundo, tudo o que existe é essa ilha, o resto é apenas o oceano, porém todos vivem em paz já que não existem monstros e os moradores da ilha são todos pacíficos.

Nosso herói é amigo do principe Kiefer e ambos sonham em um dia descobrir que a ilha de Estard não está sozinha nesse imenso mundo rodeado pelo oceano e estão sempre arranjando problemas, até que a curiosa Maribel, filha do prefeito de Pilchard Bay, decide se juntar aos meninos e ir atrás de aventuras mesmo que eles não a aceitem por perto. Certo dia, as crianças acabam encontrando um templo antigo rodeado de mistérios e ao colocarem um misterioso bloco de pedra  encontrado durante a expedição dos pescadores de Pilchard Bay em um altar do templo, acabam indo parar em uma ilha misteriosa, cheia de monstros e perigos, então acabam por salvar seus habitantes.

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Kiefer
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Maribel

Ao encontrarem o caminho de volta para casa, as crianças descobrem que uma nova ilha surgiu ao lado de Pilchard Bay e então descobrem que ao colocarem o bloco de pedra no altar do templo, eles viajaram ao passado e salvaram a ilha da destruição, o que fez com que ela surgisse no presente. Os habitantes da ilha de Estard acabam por conhecer o feito das crianças e então é decidido que elas devem resgatar todos os blocos de pedra que encontrarem e salvar as outras ilhas da destruição. Mas isso é apenas o começo de uma épica aventura envolvendo uma antiga guerra contra o Rei Demônio, o destino de um povo em despertar a lendária divindade que há muito tempo se sacrificou para salvar a humanidade, o despertar dos espíritos elementais e um herói lendário que foi esquecido pelo tempo.

Gameplay

A premissa do jogo é basicamente essa, viajar ao passado, salvar a ilha da destruição e liberá-la no presente, com isso, a história do jogo é bem episódica com cada ilha salva tendo um problema diferente e assim que esse problema for resolvido, aquele arco de história se encerra. O jogo possui muitas ilhas, por isso são várias histórias diferentes envolvendo o que causou a queda daquela ilha, algumas histórias são muito boas e emocionantes, outras nem tanto, dando a impressão de que estão lá apenas para dar volume e cansando o jogador muito rápido.

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O que brilha nesse jogo é seu sistema de classes. Em certa parte do jogo (lá pelas 20 horas) nós descobrimos Alltrades Abbey, onde é possível você escolher uma vocação para seu personagem, cada vocação com seus pontos positivos, negativos e habilidades exclusivas. No começo temos as vocações básicas compostas por: Guerreiro, Artista Marcial, Padre, Mago, Dançarino, Trovador, Bobo, Ladrão, Marinheiro e Pastor. Ao dominar uma vocação, você pode escolher outra, assim, agregando essa vocação nova com algumas magias e habilidades que foram ganhas com sua vocação anterior, ou seja, nunca fique em uma mesma vocação, sempre procure dominar outras, até porque essas não são as únicas vocações do jogo, ainda há as vocações avançadas que são liberadas ao dominar algumas vocações específicas, e depois ainda há uma outra vocação que é liberada após dominar três vocações avançadas. Ah, isso que não entrei em detalhes a respeito das vocações de monstros, onde você simplesmente se transforma em um e ao contrário das vocações humanas,  TODAS as magias e habilidades ganhas dessa forma ficam para sempre em seu personagem.

Diferente de Dragon Quest IX que você acaba por ficar praticamente o jogo inteiro com a mesma vocação de tão devagar que é sua evolução, em Dragon Quest VII você consegue dominar uma classe em algo em torno de 2 horas. Ou seja, constantemente você estará mudando de classe e trazendo maior dinâmica ao seu jogo.

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Dragon Quest é uma série que olha com muito carinho suas origens, com isso, Dragon Quest VII tem vários toques de retrogame, seja por seus efeitos sonoros, menus, jogabilidade, batalhas por turno e etc. Os menus retro acabam deixando o jogo um pouco lento quando é preciso administrar seus itens, mas isso não acaba o prejudicando seriamente.

O jogo conta com um extra em comparação com o jogo original que é o sistema do Travaller’s Tablet. Durante as batalha você pode recrutar monstros para a Monster Meadows, que é um lugar pacífico com a intenção de reunir todos os monstros do mundo. Com os monstros recrutados, você pode mandar três deles em busca de um Tablet, com ele o jogo irá criar uma dungeon baseada nos monstros que foram mandados e você pode compartilhar essa dungeon com os seus amigos usando o StreetPass do 3DS. Alguns Traveller’s Tablets exclusivos da própria Square-Enix também podem ser baixados da internet e contém alguns monstros e itens exclusivos.

O jogo também possui gráficos muito bonitos onde o único problema que encontrei é o fato de que no mapa-múndi alguns objetos vão carregando a medida com que seu personagem anda, dando uma estranha sensação, mas nada que atrapalhe o jogo. O 3D do jogo é só ok apesar de diminuir os frames do jogo. A única utilização do 3D que gostei mesmo foi em uma batalha contra um monstro tartaruga onde seu longo pescoço dava a sensação que sua cabeça estava saindo pra fora da tela, mas fora isso, não tem nada de mais, e nem precisa ter.

Nem tudo é perfeito

O começo do jogo é MUITO LENTO, acho que demorei cerca de 4 horas de jogo até entrar na minha primeira batalha (na versão de Playstation isso acontecia em até 10 horas, então já dá pra ver o tanto de coisa que foi cortada aqui). No começo você simplesmente vai andando por aí e conversando com todo mundo, nada acontece, eu entendo que é pra reforçar a ideia de que é um mundo pacífico, mas isso também é uma forma muito eficiente de afastar novos jogadores, acredito que muita gente desistiu do jogo por aqui. Mas não se preocupem, depois que o jogo engrena, ele fica muito bom.

Diferente do jogo original, o jogo não possui batalhas por encontros aleatórios, ao invés disso ele segue o esquema que foi usado em Dragon Quest IX onde os monstros andam pelo mapa e te seguem por aí quando olham para você. As batalha apenas são ativadas ao encostar nesses monstros. Sobre isso, há pontos positivos e negativos. O positivo é que você tem a oportunidade de desviar dos monstros, assim fugindo de batalhas desnecessárias, fazendo você ganhar tempo e evitar perder pontos de vida, o ponto negativo é que em algumas dungeons, o mapa é tão estreito que esse sistema acaba mais por complicar sua vida do que ajudar já que você não consegue desviar direito, ou então, simplesmente cai um monstro na sua frente em um corredor onde você não tem escolha a não ser começar uma batalha se quiser continuar em frente.

Outro problema que Dragon Quest VII tem é que ele abusa bastante de fazer o jogador ir do “canto A” pro “canto B” após uma longa dungeon cheia de batalhas e depois fazer você voltar TUUDO de novo pro “canto A”. Chega a ser irritante em algumas partes do jogo onde você sente que o motivo de ter a quantidade de horas que tem é porque os desenvolvedores obrigam você a fazer isso várias vezes.

A trilha sonora é muito boa, mas uma coisa estranha que aconteceu com a trilha sonora da versão Ocidental do jogo é que ao contrário da versão japonesa onde as músicas são orquestradas, aqui ela foi substituída por uma versão digitalizada com uma qualidade um pouco inferior, nada que vai atrapalhar seu jogo, mas a trilha sonora orquestrada da versão japonesa é mais bonita.

Conclusão

Dragon Quest VII: Fragments of The Forgotten Past para 3DS é um ótimo jogo!… pra quem já conhece Dragon Quest.

Sua história não é nada inovadora mas possui uma leveza muito gostosa com vários momentos cômicos  e personagens muito divertidos que acabam compensando esse aspecto. Eu me diverti muito com as histórias e momentos tocantes, chega uma hora que depois de tanto tempo jogando você se sente parte do universo, tanto que na cena final do jogo eu me emocionei bastante.

Pra um jogo de 3DS, seus gráficos são lindos, com apenas um problema relacionado a renderização de objetos no mapa-múndi.

A trilha sonora é linda, mas o tempo do jogo pode fazer o jogador enjoar após um tempo. Porém não acho que isso tire o seu mérito já que as músicas são memoráveis e perfeitas para a imersão do jogo.

Dragon Quest VII é seu RPGzão tradicional com lutas por turno, grind (até que esse jogo não tem muito), sistema de classe e etc. Alguns fatores podem afastar os novatos, como o começo lento e o tamanho enorme do jogo que acaba deixando ele um tanto enjoativo, problema esse que é bem mais grave para quem não tem muito tempo para jogar videogame e quer sempre estar jogando alguma coisa nova do que se dedicar por muito tempo (e bota muito nisso) a um mesmo jogo. Pra quem já conhece a franquia, Dragon Quest VII cai como uma luva, pode não ser um dos melhores jogos da franquia, mas ainda sim é um jogo muito bom e importante para sua evolução e que merece ser jogado.

 

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